A menopausa é uma fase natural na vida das mulheres, marcada pelo fim da menstruação e por diversas alterações hormonais e físicas. Essas mudanças podem afetar significativamente a saúde física e emocional, gerando desconfortos como secura vaginal, incontinência urinária, disfunções sexuais, entre outros sintomas.
Nesse contexto, a fisioterapia pélvica surge como uma aliada importante, promovendo o fortalecimento e o equilíbrio da musculatura da região pélvica e, consequentemente, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida durante essa fase.
O que é a Fisioterapia Pélvica?
A fisioterapia pélvica é uma especialidade que visa o diagnóstico e tratamento de disfunções relacionadas à musculatura e órgãos da região pélvica, incluindo a bexiga, útero, reto e músculos que sustentam esses órgãos. Ela se baseia em técnicas específicas para reabilitar ou prevenir problemas nessa área, por meio de exercícios de fortalecimento muscular, alongamentos, técnicas de respiração, biofeedback e outras estratégias terapêuticas.
Menopausa e os efeitos no corpo da mulher
A menopausa é caracterizada pela diminuição dos níveis de estrogênio no organismo, o que pode desencadear uma série de efeitos adversos na saúde feminina. Entre os sintomas mais comuns, destacam-se:
- Incontinência urinária: A redução dos níveis hormonais pode enfraquecer os músculos do assoalho pélvico, aumentando o risco de incontinência urinária, especialmente ao tossir, espirrar ou rir.
- Secura vaginal e atrofia vaginal: A diminuição do estrogênio também pode causar ressecamento vaginal, tornando a relação sexual desconfortável ou até dolorosa, o que afeta negativamente a saúde sexual.
- Prolapso de órgãos pélvicos: A fraqueza dos músculos pélvicos pode resultar em prolapso, onde órgãos como a bexiga ou o útero descem para a vagina.
- Disfunções sexuais: Além da secura vaginal, a queda nos níveis hormonais pode reduzir a libido e afetar a resposta sexual.
Como a fisioterapia pélvica pode te ajudar nesse período?
A fisioterapia pélvica uma abordagem não invasiva e eficaz para a prevenção e tratamento de muitas das condições que surgem com a menopausa. A seguir, destacamos alguns exemplos de como essa prática baseada em ciência e individualizada, pode ajudar a melhorar a qualidade de vida das mulheres:
1. Tratamento da incontinência urinária
Estudos demonstram que a fisioterapia pélvica é altamente eficaz no tratamento da incontinência urinária, condição comum entre as mulheres na menopausa. Um estudo publicado no Journal of Women's Health Physical Therapy mostrou que as mulheres que passaram por sessões de fisioterapia pélvica apresentaram uma redução significativa nos episódios de incontinência (Hay-Smith et al., 2011). Técnicas como o treinamento de bexiga e o uso de biofeedback para monitorar a contração dos músculos pélvicos podem ser fundamentais para o controle dessa condição.
2. Melhora da função sexual
A fisioterapia pélvica também é indicada para tratar a atrofia vaginal e melhorar a função sexual. Através de exercícios para o relaxamento e fortalecimento da musculatura pélvica, além de técnicas manuais e de alongamento e massagem, as pacientes podem experimentar uma melhora significativa na lubrificação vaginal e no prazer sexual: isso ocorre porque os exercícios estimulam a circulação sanguínea local e promoverem o aumento da elasticidade e movimentos dos tecidos que formam o canal vaginal.
3. Alívio de sintomas de prolapso
O tratamento de prolapsos uterino, reto e de bexiga com fisioterapia pélvica é uma alternativa para muitas mulheres que buscam evitar intervenções cirúrgicas. A fisioterapia, por meio de técnicas específicas, pode reduzir os sintomas de prolapso, melhorar a função dos órgãos pélvicos e proporcionar maior conforto para a mulher.
4. Promoção do bem-estar geral
Além dos benefícios específicos para a saúde pélvica, a fisioterapia pélvica também contribui para a melhoria do bem-estar geral. Técnicas de relaxamento e manejo do estresse, combinadas com a prática de exercícios muscular, podem aliviar a tensão, melhorar a postura e reduzir a dor ou desconforto, proporcionando maior qualidade de vida durante a menopausa.
Evidências científicas sobre a eficácia da fisioterapia pélvica
Diversos estudos comprovam a eficácia da fisioterapia pélvica no manejo dos sintomas da menopausa.
Uma revisão sistemática publicada no Cochrane Database of Systematic Reviews (Bø et al., 2012) revelou que as intervenções fisioterapêuticas para o fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico são eficazes para o tratamento da incontinência urinária e podem prevenir a progressão da condição.
Outro estudo de 2020, publicado na Physical Therapy in Women's Health, encontrou que mulheres na menopausa que participaram de sessões regulares de fisioterapia pélvica relataram uma melhora significativa na função sexual e na qualidade de vida geral (Müller et al., 2020).
Vamos então fazer fisioterapia?
A fisioterapia pélvica é, então, uma abordagem altamente eficaz e não invasiva para melhorar a saúde pélvica das mulheres durante a menopausa. Ela oferece uma solução para o tratamento das queixas pélvica, promovendo, assim, uma melhor qualidade de vida. Além disso, a pode ajudar as mulheres a manterem-se ativas e saudáveis, minimizando e até prevenindo os impactos negativos que a menopausa pode ter no corpo.
Se você está passando pela menopausa e sente desconfortos relacionados à região pélvica ou quer apenas se prevenir, é importante considerar a consulta com um fisioterapeuta especializado: acompanhada de um plano de tratamento personalizado, a fisioterapia pélvica pode ser a chave para o seu bem-estar durante essa fase da vida!!!
Referências
- Bø, K., Sherburn, M., & Kegel, R. (2012). Pelvic floor muscle training for the treatment of incontinence and pelvic organ prolapse in women. Cochrane Database of Systematic Reviews.
- Hay-Smith, E. J. C., et al. (2011). Physical therapy interventions for urinary incontinence in women. Journal of Women's Health Physical Therapy.
- Müller, G., et al. (2020). Effect of pelvic floor muscle training on sexual function in postmenopausal women. Physical Therapy in Women's Health.
